JOSÉ ALBERTO DA CRUZ BAPTISTA (3)

O pai do Baptista era chefe de secretaria, ou coisa parecida, no Tribunal de Viseu e era uma pessoa austera. 
A sensação que todos tínhamos era de que o nosso colega não tinha grande margem para voar…
Sempre que fazíamos as nossas incursões, com sessões de copo e vela nas inúmeras tascas que a cidade velha encerrava, o Baptista saia cedo e raramente nos acompanhava.

Não tenho ideia (mas acho que sim, todos os estudantes viseenses por ali passaram, pelo menos uma vez na vida, fazia parte do nosso crescimento!) se ele alguma vez participou nas nossas noitadas num tasco de um casal de galegos, na antiga Rua Nova, agora Augusto Hilário, precisamente onde se situa actualmente o restaurante típico O Cortiço.

Era toda a noite! Sempre aparecia uma viola e respectivo tocador e havia petiscos feitos pela D. Sarita (acho que era esse o nome), uns carapaus de cebolada, umas iscas ou um panelão de dobrada com feijão branco, sempre acompanhados pelo tinto do enorme pipo e rematados por aguardente de azeitona que acabava com qualquer frio…

Pelas 11 da noite, o Ti Firmim ia para casa com a mulher, no andar de cima e deixava-nos lá, toda a noite, até querermos. 

No final, limpávamos tudo e em qualquer outro dia fazíamos contas! Confiança absoluta! 
Por tudo isto, o tasco era ponto obrigatório de paragem no Dia dos Cabaços!
Casal espectacular!

Muitas vezes íamos dali para o Liceu, directamente e sem paragens, porque estávamos tapados de faltas e não dava para mais.









                                                ESCREVE: PESSOA