terça-feira, 18 de junho de 2019

JOSÉ ALBERTO DA CRUZ BAPTISTA (1)


Quando no dia 31 de Dezembro de 1976 entrei no 5.º Bairro, para tomar posse, fui "entregue" ao sub-chefe Marques Lima pelo próprio chefe Mendes Leal, para as formalidades da praxe.

Assim que cheguei ao "gabinete" do senhor Marques Lima, em frente do Farinha, que não conhecia, logo ouvi o meu nome:
- Pessoa, o que fazes aqui?
Era o Baptista, meu colega em Viseu, no Liceu, mas principalmente colega na "faculdade", o primeiro andar do Café Rossio, onde havia bilhares e matraquilhos.
- Venho tomar posse - respondi - trabalhas aqui? 

E para meu espanto, vejo o Baptista dar a volta ao balcão e quase correr pelo corredor, atrás do senhor Mendes Leal.
Não deu para entender!

Fui à tesouraria comprar o selo fiscal para o termo de posse e, creio, o papel selado e depois de tudo preenchido e assinado, o Baptista veio ter comigo e disse-me:

- Ficas aqui, na Receita Eventual. O Chefe prometeu que vinha mais um funcionário para cá e vais ser tu. Escapas a décadas de alfabetar!!


Na altura não entendi nada do que ele disse, mas mais tarde percebi que a alternativa era o Imposto profissional onde havia milhões de verbetes para alfabetar, ano após ano...




Baptista, onde quer que estejas, vais gostar das histórias que vou aqui contar, dos nossos tempos de VISEU NOS FINAIS DOS ANOS 60 DO SÉCULO XX, em que não sendo amigos íntimos, tu tinhas mais uns anitos que eu, nos cruzamos em muitos histórias, quase todas na "faculdade", mas também nos copos das expedições nocturnas, na Rua Direita, na Rua Escura e em Vildemoinhos, recordas-te?




Uma grande saudade, Amigo!






                     ESCREVE: PESSOA 


2 comentários:

  1. Finalmente vou começar a ler!!!Força ó meu que terás bastante para escrever sobre o nosso companheiro que tão cedo nos deixou!!! João Vitor

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  2. Alfabetar, escrever conhecimentos que eram autênticos linguados foi sina naquela casa!!!

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