quarta-feira, 19 de junho de 2019

JOSÉ ALBERTO DA CRUZ BAPTISTA (2)

Em Viseu, nos finais dos anos 60 do século XX não eram precisos grandes meios de comunicação.
A cidade era o que era e todos sabíamos onde encontrar quem.


Com o Baptista era o mesmo. Todas as noites havia paragem obrigatória na “faculdade”, o salão de jogos do Café Rossio, que em Viseu funcionava como “campo neutro”.

É que tudo era muito separado, o pessoal betinho e de direita reunia-se em certos cafés, o pessoal mais esquerdista – na época chamavam-lhes oposição - reunia-se noutros e raramente se misturavam e quando acontecia era para andarem à trolha!

 Por motivos óbvios, estávamos muito distantes, o Baptista era muito conservador e nem pensar em entrar no Monte Branco, que eu frequentava e onde a PIDE também era presença mais ou menos assídua e por isso era na “faculdade” que essas diferenças se esbatiam.


Uma bilharada ao “perde-paga” ou, aos sábados, uma caça aos patos, o mesmo é dizer, sacar a “féria” aos trolhas, que entravam cheios de massa e armados em temíveis jogadores de “pool” e saíam bem depenados por nós!
Café Rossio - VISEU
No primeiro andar a  nossa"Faculdade
"





Ó Baptista, ganhámos ali bom dinheiro, pá! E nessa altura não havia números de contribuinte nem programas de facturação!


O que ficou para trás foram os estudos, claro! Que diabo, não havia tempo para tudo, não é verdade?








                                ESCREVE 
                             (COM EMOÇÃO): PESSOA 

4 comentários:

  1. Três óptimas razões para um comentário que poderia ser um texto para o blogue. Primeira - o regresso dos textos do Sr. Administrador; segunda - o vir evocar um grande amigo por quem nutria, para além da amizade, um profundo respeito e que tão cedo partiu, ao que "julgo" por negligência médica; terceira - the last but not the least - o fazer-me relembrar os três anos que estive no 5º Bairro… Ver meu texto "Chefe Leal, Branco e moi même". Com que então ías alfabetar e quem se tramou fui eu. Porra!

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  2. Tem calma contigo, Camacho. Eu não tive responsabilidade pelo "desvio" que sofri a meio caminho! Foram "cozinhados" do Baptista... Solidariedade beiroa? Quem sabe?

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Como o meu comentário não entrou vou expôr o que queria.
    Durante alguns anos não faziamos outra coisa que era alfabetar, tirar conhecimentos e andar com os processos dum lado par o outro!!! E atender os utentes com filas ou bichas com dezenas e por vezes centenas de metros!!!
    Tirar conhecimentos era o mais "gratificante" pois dias e dias a escrever, escrever...e ainda escrever a monotonia era total.
    Puxava à brava pela inteligência...virtual!!!
    Finalmente surgiu a informatização que já não nos foi "servida" no 5º. Bairro Fiscal!!!
    Não fosse o nosso companheirismo e o sentido de entreajuda e muitos de nós teríamos quase "enlouquecido" ou os incidentes teriam sido mais que muitos e não refiro nomes pois não é necessário, todos conhecíamos alguns colegas com uma certa pedrada ou uma pedrada...certa: Não?
    Resultado da maioria ter participado na guerra colonial de triste memória e com os nossos governantes e os de cima da escala hierárquica positivamente a "cagar-se" para o estado psiquico em que chegávamos!!!
    Eu falo por mim que nessa época apanhei 5 ou 6 faltas injustificadas, todas justas, por não me apetecer ir arranjar uma justificação por incapacidade para agir ou reagir o que até seria fácil...
    Enfim...
    Vítor

    (Este comentário não entrou porque o Vítor não conseguiu inseri-lo. Aqui fica)

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