quinta-feira, 28 de março de 2019

CASACOS E GRAVATAS - PARTE I





Aproveito o título e a inspiração da prosa do Vitor, num texto anterior, sobre a gravata.
Claro que não vou dissertar sobre o aparecimento, a arte, os tecidos, os motivos, os nós, o alfinete, a moda, etc. da gravata, que dariam a que o blogue tivesse assunto até o Pessoa estar em regime de exclusividade!...
Vou somente contar uns episódios, por mim vividos, que têm a ver com o uso ou não da gravata, esse empecilho que dá lustro e elegância (?) a quem a usa.


Primeiro episódio

Nos meus quinze anos, por altura do quarto ou quinto ano do Liceu, tonou-se obrigatório usar gravato dentro do perímetro das instalações escolares e, quem a não usasse, tinha falta de material. Todos nós, julgo que sem excepção, tínhamos uma gravata na pasta ou algibeira que só a púnhamos à entrada do Liceu. 
Acontece que um dia esqueci-me da levar. Bronca das antigas. Ir a casa buscá-la já era tarde (ou tinha falta de material ou falta à aula, o que ia dar no mesmo) e pedir uma emprestada estava fora de questão pois, cada um, tinha a sua.

Solução que encontrei , posteriormente seguida por outros, pegar no lenço de assoar, dar-lhe um nó cego numa das pontas, colocá-lo no sítio da gravata preso com um alfinete e disfarçar o resto dentro do pullover. 

Foi assim que me safei, mas, para ser sincero, julgo que contei com o beneplácito dos professores que talvez não concordassem com aquela medida.





                                    ESCREVE: CAMACHO 



5 comentários:

  1. Nunca usei ou melhor só em último recurso esses elementos fálicos fizeram parte da minha abandalhada maneira de vestir.Carrega Camacho. Escreveu o magricela do costume.

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  2. O reitor era o Joaquim Romão Duarte que depois veio para Governador Civil de Faro ou já era o Brás Gomes? Anónimo mas bem identificado

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  3. Tanto quanto me lembro era o que foi cognominado "Quim das Cancelas" por ter mandado pôr cancelas por tudo o que era sítio no Liceu, evitando a livre circulação, até de ideias. O Brás Gomes, de quem fui muito amigo até ter falecido e até dos filhos, um dos quais até foi nosso colega, só me lembro dum caso. Uma vez foi pedido um caderno diário a cada aluno. Soubemos depois que era para comparar a caligrafia com a frase escrita por cima do urinol da casa de banho do pátio superior, onde fumávamos até vir o contínuo (uma vez houve um entupimento com as beatas que jogávamos para a retrete ao pressentirmos o seu aparecimento), que dizia "Se és bom cidadão dá ao Salazar o que tens na mão". Nunca descobriram, Camacho

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  4. E o jardineiro? Lembras-te dele?Bebia bagaço como quem bebia àgua!!!

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  5. ...só que era ...ardente!!!

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