quinta-feira, 26 de setembro de 2019

AS ENGUIAS DA MURTOSA


O nosso colega Januário Paiva, aqui há uns anos, organizava, de vez em quando, uns almoços numa tasca de Campo de Ourique, cujo proprietário era um galego de que não recordo o nome nem a rua onde se situava.
Só me lembro que se comia muitíssimo bem.
Tanto podia ser um arroz de cabidela, como um arroz de lampreia, umas favas, tudo cozinhado com esmero e boa mão da cozinheira.
Aqui um parêntesis para contar que, quando era arroz de lampreia, havia uma "luta" por um lugar específico na mesa. Quem comigo convive sabe que não consigo comer o ciclóstomo. Pois, quando era arroz de lampreia, era ver quem conseguia uma cadeira perto donde eu me sentasse!... Pudera.
Voltando ao assunto.
Um belo dia o Paiva disse. Tenho lá em casa umas quantas barricas de enguias da Murtosa que temos que despachar.

Bem dito bem feito.
Marcámos o dia e lá fomos até Campo de Ourique para degustar aquele magnifico pitéu.
Ao chegarmos encontrámos o Paiva com ar triste, desgostoso, talvez melhor  desolado.
Não é que a filha, quando chegou à noite, ao ver um saco à porta de casa, julgando que era lixo, foi pô-lo no contentor!

O pobre do Paiva, para não se esquecer de levar as latas, tinha-as posto perto da porta, não tendo dito nada a ninguém.
Só espero que os homens do lixo tenham reparado no conteúdo do saco e tivessem feito uma bruta almoçarada.







ESCREVE:
MILITÃO CAMACHO 

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