quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

VANGUARDISTA

Croniqueta por Militão Camacho (filho)

Por sugestão do Luís Pessoa, para ir documentando com “estórias” o blog que ele em boa hora criou, vou tentar escrever algo sobre a vivência com meu pai, no 5º Bairro Fiscal de Lisboa.
Não vai ser fácil pois, como naquele tempo era proibido juntar no mesmo serviço, pai e filho e não sei se outra relação familiar até ao 3º grau, nunca trabalhámos juntos.
A convivência que tinha com meu pai resumia-se, a maior parte das vezes, nas “Organizações Correia” (lembram-se?) onde almoçávamos e na “Paulistana” (lembram-se?), onde íamos depois beber o café.
Tenho no entanto presente que o meu pai foi um homem adiantado no tempo.


(FOTO DO PAI CAMACHO AOS 79 ANOS)

Vejamos.
Fala-se hoje muito na natalidade e que, cada vez mais tarde, os casais são pais pela primeira vez. Pois o meu pai, adiantado no tempo, foi pai pela primeira vez aos quarenta e três anos, tendo sido eu o primogénito.

Querem mais?
Pois bem.
Estava eu em Moçambique na comissão militar.
Em pleno mês de Agosto, testemunho do Farinha, o meu pai apareceu na Repartição com o pescoço envolto num cachecol. O que é isso pá? Nada de resposta. Calor abrasador e ele com o cachecol que não tirava por nada. Tinha então comprado um daqueles pentes com lâminas de barbear, que serviam para aparar o cabelo e cortou-o na nuca e em volta das orelhas. Mas coisa mais linear.
(Faqueiro oferecido pelos colegas ao Pai Camacho
 na data da aposentação)

Como ele era adiantado no tempo, em 1971/1972, já queria usar o corte de cabelo como hoje se usa, rapado na nuca e em volta das orelhas, só que não queria dá-lo a entender, nem queria que lhe roubassem o estilo.
Vanguardista o meu pai!...
“Vá Camacho”. “É Boi”, respondia o meu pai no seu sorriso maroto.


4 comentários:

  1. Meu caro Camacho, lembro-me perfeitamente do teu Pai quando passava pela 5 de Outubro e fazia questão de ir passando de sala em sala a cumprimentar a malta toda, isto já para 1977, 1978. É claro que não nos conhecíamos de lado nenhum, mas era uma festa, sobretudo quando era o encontro com o Farinha!
    Gente Boa, o "velho" Camacho, não desfazendo!

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  2. Num aparte, fica aqui o registo de que alterei as condições para os comentários. Agora não é preciso qualquer registo. Basta seleccionar "Comentar como: Anónimo".
    Portanto, Camacho, já não tens desculpa de que não consegues inscrever-te... porque já não há inscrição!
    Todos podem comentar! À vontade!
    Mas fica já um aviso à navegação, se isto descambar e começarem os comentários anónimos a mandar calhaus, altero tudo e depois só serão aceites os que forem validados previamente.
    Ó malta, se era difícil e chata a inscrição, agora não é preciso mais nada do que escrever o comentário e mandar como anónimo.
    Mas ponham o nome no final do comentário, para sabermos quem nos escreve e a quem devemos responder.
    Vamos a isto?

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  3. Quem não se lembra do Camacho pai?Todos se lembram é certo.Belo gajo!!!E a frase diária quando de manhã ao dar a volta pelas salas?"Bom dia para os presentes que os ausentes não estão cá ou já sairam ou ainda não chegaram"?Não recordam?E a sua costela de ilusionista encartado?Eu dizia-lhe:Oh!Camacho ensina aí um truque?"E ele:Nunca!!!E foi sempre assim!!!Os que com ele conviveram e eu tive que "gramar" com os três Camachos!!!O pai e os flhos...só faltou o Espirito Santo!!!por certo sabem que sempre foi fácil o seu relacionamento com todos!!!Tenho dito!!!

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    1. Pois eu trabalhei com o pai Camacho, irmãos Camacho e também com o Espirito Santo e já agora com o Barão.Bom relacionamento.Vitorino

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