quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

COISAS DE COZIDO NO "ZÉ LADRÃO"

Almoço no Zé Ladrão (salvo seja, alcunha pelos preços praticados).
Havia que chegar cedo, era dia do cozido, e a sala era pequena, restava-nos ir para uma espécie de saleta, que se situava ao fundo, junto do WC, só com uma porta e uma janela, sempre fechada, que dava para o saguão, onde cabiam, bem apertados, oito comensais.
Pela característica da sala, como já se referiu, pequena mas também baixa, fazia eco e oito bisarmas a falar ao mesmo tempo, era dose, especialmente quando nos riamos a sala maior ria, também, por contagio.
E era sempre o mesmo cenário, repetia-se a cada semana, como que num braço de ferro, entre o
Zé e nós, este chegava, nós sentados prontos para o repasto, quatro de cada lado, e ele perguntava aos que estavam de frente para a porta:
Então o que vai a ser hoje ?
E dizia o primeiro daqueles quatro: Cozido; eu também quero cozido dizia o segundo; pra mim também cozido, referia o terceiro e o quarto rematava: igualmente cozido. Após anotar estes pedidos, virava-se para os da parede e solicitava:
Então e vocês ? Ao que respondíamos de igual forma: Eu como metade do cozido com ele, e os restantes diziam o mesmo: Eu também, eu também e eu também.
Aí o Ze que queria vender oito pratos, pois tinha de pagar o prédio onde estava o restaurante, que
havia comprado há pouco tempo, dizia, com um ar de desaprovação, para os quatro últimos:
Seus pobrezinhos !
ACOMPANHADO DE MULHER?
E lá continuavamos, sem mossa, pelo arremesso do Zé, no nosso caso, a ser atendidos pelo filho do Sr. Zé, o Zezinho ( fazia, quando lhe convinha, por vezes, de tonto ) que tinha umas saídas cheias de humor, remetidas a alguns de nós, como por exemplo ao Peres da Silva, quando lhe disse que nunca o tinha visto acompanhado de nenhuma mulher, pelo que algum defeito teria.
Entrou nesse momento o Carlos Ferreira (kali), a casa estava cheia e sentou-se mais que apertado ao fundo da mesa, não quis cozido e disse ao Zezinho para pedir ao pai Sr. Zé, com a referencia que era para ele, Carlos Ferreira, um bife, tenro especialmente da parte do regalo do boi.
ONDE SERÁ O REGALO DO BOI?boi.
Passado um pouco de tempo, vem o Sr. Zé à porta da saleta e pergunta ao Carlos:
Oh! Sr. Carlos, que parte é essa o regalo do boi ?
Ao qual responde, muito depressa o Carlos Ferreira, Oh! Sr. Zé é a coisa da vaca! Continuando,
conhece alguma coisa mais tenra e macia ?

É que eu estou mal dos dentes e preciso de algo assim.
Risada geral, pelo restaurante todo.






ESCREVE: VÍTOR GONÇALVES
COISAS DE VACAS?

4 comentários:

  1. Isto está a aquecer!!!Boa Vitor tás vendo que no começar é que se toma o andamento necessário para que haja mais pessoal a deitar cá pra fora com as cenas da nossa vivência?Mas agora vê lá se não me descobres a minha careca porque passámos alguns episódios juntos e nem sempre edificantes!!!Mas não te acanhes e conta, conta tudo!!!

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  2. O Zé ainda está à espera que lhe paguem a garrafa de whisky da vinda do Papa, seus bebados, foram para ali jogar à batota e nao viram o Papa.
    A garrafa está, ao fim destes anos, abrangida pela amnistia papal.
    Alto do Pina

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    1. Aquilo é que é regalo de boi?Mas que parte é?Não consigo pôr-me bem nessa quadratura!!!

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  3. Verdade!!!Então estávamos lá 8/10 gajos e ele queria que fosse eu a pagá-la?Sabem o que lhe disse?Olha Zé aponta aí na pedra de gelo!!!Provavelmente o gelo já derreteu e deixou de haver vestígios da dívida!!!Não sei porquê mas parece-me que já uma vez mandei ao Pessoa esta estorieta mas só ele pode confirmar!!!Essa do Alto de Pina foi um bom splash!!!Boa!!!E vê se não deixas de continuar a escrevinhar mais e mais "acidentes" das nossas vidas QUINTOBAIRRISTAS!!!

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