terça-feira, 4 de março de 2014

ALICE NO BAIRRO DAS MARAVILHAS!

LEMBRAM-SE DA HISTÓRIA DA ALICE? NEM
TUDO ENCOLHIA AO PÉ DELA...
Alice parecia uma tonta, a andar de um lado para o outro, no seu metro e meio, feita ao tamanho do Noé, com características semelhantes, pois eram ambos ilhéus, estavam a pensar o quê, seus malandros?!
Onde está a certidão do meu doutorzinho? Perguntava ela.
Interpelando toda gente pela certidão do doutorzinho dela, e esta não aparecia.
SEMPRE PRONTA... A AJUDAR...
A Alice tinha, felizmente, muitos doutorzinhos e estava sempre pronta a ajudar toda a gente.
O que aconteceu à certidão?
Não tinham ainda dado entrada do papel selado. E agora?
Lá vai a correr, a Alice, às entradas e pede, já com os nervos à flor da blusa, pois estava muito nervosa e já se lhe viam os bicos a assomar na dita blusa.
OS BICOS JÁ DESPONTAVAM...
- Dá-me entrada disto depressa.
Será escusado dizer que a Alice era poupadinha e também não gostava de coisas modernas, ou não precisava, por isso… não usava soutien!
OS MANGAS DE ALPACA NÃO DESPACHAM
QUEM TEM PRESSA...
Deram a entrada e foi despachada a certidão para o Coimbra.
Não perdeu tempo, e lá vai, novamente, a Alice ter com o destinatário do despacho a solicitar o carácter da urgência do assunto… a certidão era para ontem!
PERDIA-SE A... PACIÊNCIA!
CONSTA QUE A ROUPA INTERIOR
ERA COMO O SOUTIEN...
Justifica, fala, fala, fala e o dito cujo nem levantava a cabeça da secretária, muito compenetrado no que estava a fazer, e a fingir que não ouvia a nossa Alice.
Aí, a Alice perdeu a paciência e não vai de modas: Rodou a cadeira do “manga-de-alpaca”, que era de rodízio e este ficou virado para ela.
E enfiou-lhe a blusa pela cabeça a baixo.
ISSO VAI OU NÃO VAI?
As bochechas do Coimbra ficaram entre dois hirtos marmelos crioulos.
Passado uns instantes, quando a Alice retirou a blusa da cabeça do Coimbra, foi uma coisa nunca vista.
A surpresa deixou-o sem palavras e vermelho, com certeza da pressão sanguínea que fervilhava por aquelas veias para cima e para baixo, também deve ter ficado inchado nalguma parte, não sabemos, mas, não disse palavra.
ATÉ UM MORTO SE APRESSAVA NAS MÃOS
DA ALICE, COM OU SEM MASSAGEM... CAPILAR!
De imediato, era vê-lo a passar a certidão numa rapidez digna de um “Speedy Gonzalez”, e nesse contratempo, era digno de ver, a Alice, no pais das maravilhas, à espera, junto do Coimbra e a massajar-lhe a cabeça.
Que agitação tinha aquela repartição, não existia monotonia.
Era um pulsar de vida.







Escreveu: Vítor Gonçalves

8 comentários:

  1. Gandas esfregas da Alice no desemprego

    ResponderEliminar
  2. Eu reservo-me no direito de não comentar porque há coisas que são impublicaveis mesmo num País sem censura e porque também tenho umas "passagens" não de certidões mas de acontecimentos...acontecidos com a ALICE que infelizmente para todos nós já foi para os anjinhos!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Respondendo a mim próprio só quero adiantar que a Alice Ferro Minhava foi das colegas e como mulher uma das mais bacanas e sem papas na lingua que conheci!!!E conheci umas boas centenas para não exagerar!!!Depois contarei não uma mas várias que tenho ainda na memória e que o Alzheimer ainda não conseguiu dinamitar!!!

      Eliminar
  3. Agora já compreendo o porquê de alguns atrasarem as certidões da Alice, sempre na esperança que a blusa lhes apareça pela cabeça abaixo e cheirar o perfume, sim que a Alice era sempre muito bem cheirosa, dos tais seios hirtos. Grandes malandros !

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim aquilo não era catinga!!! Quanto aos seios que sei...os eu?!!!

      Eliminar
  4. Compreendo-te Alentejano, aquele metro e meio de fulgor era dinamite !
    Dizia ela- Oh meu querido estás tão cansado, logo que chegues a casa toma um duche perfuma-te e pede à tua mulher que te faça uma massagem com oleos, para descontrair e vais ver que amanhã estarás melhor.
    Isto é que era sabedoria.

    ResponderEliminar
  5. Todos falam mas ninguém disse um facto. A Alice era CABO-VERDIANA. Coladeira, morna, uma alegria imensa de viver e de ser útil a todos, mesmo com aquele seu jeito melado de "meu doutorzinho". Penso que ninguém fica (digo no presente pois ela foi sempre o futuro) indiferente ao seu carisma. Fui seu amigo, meu Pai também e todos nós. Venha quem diga o contrário. Que esteja em Paz. Camacho

    ResponderEliminar