sábado, 14 de dezembro de 2013

EM HONRA DO RUI VASCO... SEM DESPEDIDA!


O ÚLTIMO CIGARRO.


ESCREVE: CAMACHO

Há sempre uma história para contar. Esta vem a propósito do passamento do nosso Rui Vasco. Que descanse em paz. Um beijo grande à Alda, filhas e demais prole.
Vamos aos factos. Em 1975, por esta altura, comecei a pensar deixar de fumar. Tinha chegado a fumar quatro e cinco maços por dia. Era hoje, era amanhã e a decisão tardava.
Em fins de Novembro desse ano, após o Governo ter decidido aumentar o preço do tabaco, disse para mim próprio:- HOJE É O DIA. 
E foi. Andei sempre com um maço de SG gigante no bolso e um isqueiro Ronson para o que desse e viesse.
Ao fim de uns quinze dias achei que a ressaca já não ia acontecer.
Ilusão.
Um belo dia deu-me aquela vontade de dar uma "passa" e já não tinha maço nem isqueiro comigo.
Nesse tempo trabalhava numa secretária colada ao Branco que também fumava. Como ele não estava fui ver se ele tinha o maço de tabaco na secretária, mas não.
Solução:- Ir à sala ao lado (Profissional, Prof. Livres), cravar quem lá estivesse.
Resultado o cravado foi o Rui Vasco.
Diálogo:-
-Rui posso cravar-te um cigarro.
-Tira os que quizeres. Disse-me ele atirando com o maço na minha direcção.
Tirei um e pu-lo na boca, não o acendendo logo já que, naquele tempo, toda a gente tinha uma caixa de fósforos na gaveta da secretária para, com o calor do fósforo a arder secar a lixívia que servia para rectificar os erros que se iam dando.
No caminho para a minha sala fui dizendo de mim para mim - "Se acenderes esse cigarro nunca mais paras..."
Ao chegar ao meu local de trabalho, ao abrir a gaveta para tirar a caixa de fósforos, fiz o contrário - ATIREI O CIGARRO PARA DENTRO DA GAVETA e fechei-a. Esse cigarro acompanhou-me durante anos até que se desfez, mas ainda guardo o filtro.
Esta é a minha homenagem ao Rui.
O episódio tem mais de trinta e cinco anos, o tempo que eu já não fumo.
Camacho

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