 |
POR AQUELAS BANDAS ERA SEMPRE CARNAVAL... |
Era como agora, próximo da época
Carnavalesca, estávamos no ano de 1978/9, e os preparativos eram na sala das
execuções, no primeiro andar, onde estava, acampado, um grupo de foliões danados
para a brincadeira, todo o ano:
André, Afonso, Mendanha, Noé, Gago
Mendes e o Chefe da secção, mais discreto, o senhor “Agevedo”, que perguntava
sempre que via alguém que conhecia:
 |
CARNAVAL |
 |
COM AS MÃOS NOS TOMATES... |
Vai um “cafeginho”?
E de seguida, como que acometido
por uns tiques, fazia o seguinte: sacudia o pó das bainhas das calças, colocava
as mãos dentro dos bolsos, de forma rápida, como que a tocar um bilhar de bolso
a compor as partes baixas.
Mas, tudo mudava e brilhava,
quando via a “Tereginha”, compunha-se todo, empertigava-se e oferecia-lhe um “rebuxadinho”
para a “tóxe”.
 |
É PARA A TÓXE,,, |
Bem, deixamos este quadro ternurento
e vamos lá ao que interessa:
Para começar, havia que comprar,
umas garrafinhas de mau cheiro e uns estalinhos, depois logo se via.
 |
Ó TEREGINHA, VAI UM REBUXADINHO? |
A conspiração carnavalesca estava
imaginativa, também havia que tratar da almofada, pois era um elemento
importante, aquela almofada apoiava as partes ao fundo das costas, do Senhor “Agevedo”
e que, periodicamente, como nos barbeiros, era virada para arejar dos odores de
algum descuido.
Por fim, quem é que iria colocar
uns alfinetes, pequeninos, na almofada?
Quem é que tinha essa coragem?
E se ele não virava a almofada?!
Lá se ia a paródia, não surtia efeito. Mas não, ele iria virar!
Havia que ter esperança.
Mãos à obra, preparou-se tudo e
desapareceu, num ápice, toda a gente.
 |
AH SEUS TARADOS XEXUAIS! |
E agora o acontecimento:
Repartição fechada, dezasseis
horas, ai vem ele, pessoal, avisa alguém. Depois do “cafeginho”, entra e sacode
a almofada, manda umas laraxas para toda gente e toca a sentar...
Ai! Ai! Ai! Que me iam matando
seus canalhas e desata a mandar umas bojardas para todo o lado, isto não fica “axim”,
vou já “fager” queixa ao “Xor” Leal, seus isto e aquilo...
Ai, começa a segunda parte, o
André e o Afonso já no corredor da sala do chefe, haviam colocado no chão,
junto do gabinete, uns estalinhos.
 |
BAILINHO DOS ESTALINHOS |
E quando o Senhor “Agevedo”, (que
nos perdoe por estas palermices, de certa forma inocentes...) se aproxima, pisa
os estalinhos, Pás! Pás! Pás!
 |
ALGUÉM SE LARGOU... |
Fica surpreso, pelo inesperado e
pelo barulho, volta para trás, para a sua sala, entra, (aqui agora não me
lembro se havia porta) e deu conta de um cheiro nauseabundo, a ácido clorídrico
das garrafinhas de mau cheiro, que já tinham rebentado na sala, julgou que
alguém se tinha borrado e saiu.
 |
BOMBINHAS DE MAU CHEIRO! |
Agora, havia que lhe pedir desculpa
e fazer compreender ao Senhor “Agevedo”, da impetuosidade e do inconformismo,
próprio da idade da canalhada, numa época toda ela carnavalesca.
 |
ATÉ PARECIA CHEIRO... NATURAL!? |
 |
AXIM, NÃO! |
[Esclarece-se, como nos filmes, que
qualquer semelhança da história aqui relatada, com a realidade, é pura
coincidência e as figuras referidas são ficcionadas].
Escreve: Vítor Gonçalves