SANTOS |
É-me muito difícil, sempre foi,
Pôr a razão acima da emoção,
Por isso muitas vezes sou uma desilusão.
E disso tenho a certeza,
Mas será que vou mudar?
Não, não será agora que me vou violentar.
Escreve: VÍTOR
Último poema
Nestes lugares desguarnecidos
e ao alto limpos no ar
como as bocas dos túmulos
de que nos serve já polir mais símbolos?
De que nos serve já aos telhados
canelar as águas de gritos
e com eles varrer o céu
(ou com os feixes de luar que devolvemos)?
É ou não o último voo
bíblico da pomba?
Que sem horizonte a esperamos
em nossa arca onde há milénios se acumulam
os ramos podres da esperança.
Como o Vítor já escreveu, após o desmembramento do 5º Bairro, a “malta do costume”, organizava-se, e ia jantar pelo menos uma vez por mês.
Um belo dia, após o repasto, não fomos para casa de nenhum batê-las.
Foi-o o Luís Carvalho.
Chegados lá, sentados naqueles bancos baixinhos para que as “mademoiselles” possam mostrar as belas coxas, pediu-se as bebidas.
Whisky para um, whisky para outro, e eu?
Como sabem ou talvez não, não gosto de whisky. A minha bebida é vinho tinto.
Ora naquele “ninho” não tinham vinho, nem branco nem tinto, pelo que disse que não queria nada.
Qual não é o meu espanto quando, passado um bom bocado, aparece um funcionário com uma garrafa de 3,75 cl duma zurrapa qualquer, se não me engano Convento da Vila, mas enfim já “estava na minha casa”.
Ainda não tinha tocado na garrafa quando o Luís de Carvalho, que falava mais com as mãos e os braços que com a boca, num daqueles movimentos característicos dele deu um piparote na garrafa que foi parar ao chão e, para mal dos meus pecados, para cima de mim.
Sempre certeiro o Dores de Carvalho.
Escreve: MILITÃO CAMACHO
1.º-O alcool embriaga;
2.º-A monotonia deprime;