O BAPTISTA E O LIVRO 8-A

Uma das coisas mais odiadas era o livro 8-A, que tinha de se acartar escada abaixo, escada acima, todos os fins de dia de trabalho.

Quem tinha uma melhor relação com ele, era eu, não desfazendo (desfazia-o, era o que era!), e como era o mais maçarico, cabia-me a mim, a maior parte das vezes, essa terrível tarefa.

O Baptista e o Zé Melato eram os "bosses", já com anos de manuseamento do livrito e por isso baldavam-se à grande...

Só que, repentinamente, o Baptista assume a conferência do livro e começa a fazer questão de ser ele a descer à tesouraria.

Notou-se de imediato que o livrito passou a estar mais direitinho, mais certinho, com menos mazelas resultantes das quedas frequentes da varanda do primeiro andar para o passeio...


Passado algum tempo, todos percebemos que este súbito interesse do Baptista na preservação da integridade do 8-A, não era genuíno! 

O Baptista acabou no altar e a nossa colega Rosa foi quem conseguiu desviar o seu olhar de qualquer Ferrari que passasse por ali...  












                                      ESCREVE: PESSOA