quinta-feira, 27 de outubro de 2022

A TASCA DO SR. PEREIRA!

 

Quando eu fui para o 10º Bairro,
encontrei lá o nosso grande amigo Afonso.

Foi como se uma dádiva do céu caísse!

Estava ele nas execuções fiscais e eu na fiscalização.

Quando da distribuição dos processos da Industrial Grupo C foi feita calhou-me Campolide e, dentro dele, o Bairro da Liberdade.


Assim, lá fomos nós, de pasta na mão para aquele Bairro.

Eramos testemunhas um do outro e, à nossa conte, foram arquivados mais de mil processos de execução fiscal e da Industrial. Porquê? È fácil.

Para o Bairro da Liberdade ninguém queria ir e como a fixação do Grupo C era feita com um carimbo que dizia mais ou menos isto:- “Não havendo nada em contrário fixa-se o rendimento do ano anterior”.

Ora, aquando da construção da Ponte 25 de Abril, foram deslocadas centenas de pessoas para a zona de Chelas. Ninguém se deu ao trabalho de verificar quem e continuaram a estar colectadas no 10º Bairro quando já se tinham mudado.

Pois foi essa a grande tarefa que eu e o Afonso tivemos, de mandar arquivar os processos que estavam duplicados, por ninguém se ter dado ao trabalho de ir in loco verificar os factos.

Foi um tempo maravilhoso.


Logo quando chegámos tomámos conhecimento com o Sr. Pereira.

Tinha uma tasca junto à escadaria que sobe da parte baixa do Bairro até à Serafina, encostada aos arcos do Aqueduto das Águas Livres.

Tinha um caramanchão à porta com uns bancos de pedra e lá dentro um balcão e uma mesa com uns bancos em madeira.

Pois o bom do Sr. Pereira, quando tínhamos de ir para os pontos mais recônditos do Bairro, género Vila Ferro ou Vila Amendoeira dizia:- “Vocês são malucos irem para um lugar desses de pasta na mão.”

Então chamava o Sr. Lucena, um polícia reformado que era mais bêbado que o vinho, e dizia-lhe:- “Nestes dois indivíduos ninguém toca. Ouviste?”


E assim foi.

Vá Camacho! É boi respondia o meu Pai com aquele sorriso malandro.




                     Escreve: Camacho 

4 comentários:

  1. O Bairro de Campolide era o Bairro, não do amor, mas das tascas fedorentas até dizer...chega!!!

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    1. Olha que não anónimo! No Bairro da Liberdade sim, mas em Campolide há muitas tascas melhores que noutros pontos da Capital. Queres que te deia exemplos?

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    2. Aponta aí tascas!?!

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  2. O Afonso grande amigo faz-nos muita falta!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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