terça-feira, 16 de dezembro de 2025

+ MOÇAMBIQUE - 4


Depois enfiaram-me num Boeing para a Beira onde fui ter com o resto da Companhia, de seguida num friendship para Nampula, north atlas para Mueda e finalmente de dakota para Negomano, onde cheguei a 18 de Fevereiro de 1971, ou seja, cheguei ao mato sem ter posto pé numa picada, mal sabendo o que me esperava.

Mais tarde a 30 de Setembro de 1971 fui para Nazombe e a 10 de Março de 1972 para Nairoto, tudo em Cabo Delgado, até ter ido para a Beira à espera de embarque.

Ao chegarmos a Negomano fomos recebidos, para além da Companhia que íamos render, pelo Administrador de posto que fez as apresentações.

Estas consistiam no régulo, nos cipaios, num enfermeiro civil e num intérprete.



Aqui o segundo choque! Um intérprete para quê?

Qual não é o meu espanto quando o administrador me diz que era para que a população do aldeamento pudesse falar uns com os outros pois não tinham o mesmo dialeto. 


Quer dizer que não tinham uma língua comum, isto depois de quinhentos anos de colonização portuguesa!

Seguiu-se, até ter ido para a Beira, uma amnésia dos demónios.


Finalmente embarquei no dia 16 de Março de 1973 no Aeroporto da Beira tendo chegado a Lisboa a 17.

É tudo o que possa contar, na certeza que tudo corresponde à veracidade dos factos.


ESCREVE: MILITÃO CAMACHO


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