Depois enfiaram-me num Boeing para a Beira onde fui ter com o resto da Companhia, de seguida num friendship para Nampula, north atlas para Mueda e finalmente de dakota para Negomano, onde cheguei a 18 de Fevereiro de 1971, ou seja, cheguei ao mato sem ter posto pé numa picada, mal sabendo o que me esperava.
Mais tarde a 30 de Setembro de 1971 fui para Nazombe e a 10 de Março de 1972 para Nairoto, tudo em Cabo Delgado, até ter ido para a Beira à espera de embarque.
Ao chegarmos a Negomano fomos recebidos, para além da Companhia que íamos render, pelo Administrador de posto que fez as apresentações.
Estas consistiam no régulo, nos cipaios, num enfermeiro
civil e num intérprete.
Aqui o segundo choque! Um intérprete para quê?
Qual não é o meu espanto quando o administrador me diz que era para que a população do aldeamento pudesse falar uns com os outros pois não tinham o mesmo dialeto.
Quer dizer que não tinham uma língua comum, isto depois de quinhentos anos de colonização portuguesa!
Seguiu-se, até ter ido para a Beira, uma amnésia dos demónios.
Finalmente embarquei no dia 16 de Março de 1973
no Aeroporto da Beira tendo chegado a Lisboa a 17.
É tudo o que possa contar, na certeza que tudo
corresponde à veracidade dos factos.
ESCREVE: MILITÃO CAMACHO
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