domingo, 7 de dezembro de 2025

sábado, 6 de dezembro de 2025

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

+ MOÇAMBIQUE - 3

 


Após a minha Companhia ter zarpado para o norte de Moçambique, eu fiquei em Lourenço Marques.

Para quê?

Por ordem do meu Capitão fiquei para, em representação da minha Companhia, receber a Madame Supico Pinto, mais conhecida por Cilinha, presidente do Movimento Nacional Feminino e que era apelidada de “Um Salazar de Saias”.

Após ter dormido no Quartel dos Adidos, lá fui ao “beija-mão”.


Depois dos discursos da ordem, com o “blá-blá-blá, pardais ao ninho” da ordem, recebi, para ser distribuída pela Companhia, uma brochura de Moçambique. 




Dentro, tinha uma medalha de Nossa Senhora de Fátima, diversos aerogramas (para quem não saiba, na guerra colonial, o aerograma era um meio grátis de correspondência, emitido pelo M.N.F., em que somente se punha o nome do destinatário e a direcção através do SPM (serviço postal militar, que no caso da minha Companhia era SPM 6074), três bolas de futebol, das quais duas tinham o caucho furado e a terceira ao fim de duas jogatanas estava pronta para ir para o lixo e não sei quantos baralhos de cartas, que pouco resistiram também.


Como havia, que me lembre, dois praças analfabetos e outros que queriam tirar pelo menos o segundo ano dos liceus, havendo disponibilidade para tal pois havia um professor primário entre os graduados e os restantes também colaboravam, pedi à madame se havia disponibilidade para facultar livros e demais material para o efeito. Tomou nota e ficou muito sensibilizada com o pedido e que ia envidar esforços só que … até hoje!




ESCREVE: MILITÃO CAMACHO