sábado, 30 de setembro de 2023
sexta-feira, 29 de setembro de 2023
quarta-feira, 27 de setembro de 2023
terça-feira, 26 de setembro de 2023
segunda-feira, 25 de setembro de 2023
sábado, 23 de setembro de 2023
domingo, 17 de setembro de 2023
ANTOLOGIA DE POESIA PORTUGUESA - Vol. XV - Tomo II
POÇO DAS
MEMÓRIAS
Loucas
viagens, perpétuas,
Muros
rodeados de lama,
Sombras
cantadas em surdina,
Olhares
perdidos no vácuo,
Sem
pensamento nem luz...
A morte a
rondar o caminho traiçoeiro,
Como crime
sem sentido.
E a dor,
senhores, e a dor?
A esvair-se
do presente,
A afundar-se
no passado,
Ausente do
futuro...
E a dor de
não sentir a dor,
Mas só um
profundo desespero,
De ser
ouvido no silêncio,
Bem fundo,
de quase loucura,
No poço onde
repousam as memórias,
Lisas,
frescas, floridas,
Perdidas na
depressão onde se escondem.
Luís Pessoa -
Marinhais
quinta-feira, 14 de setembro de 2023
"POÇO DAS MEMÓRIAS"
Antologia de Poesia Portuguesa
“Entre o Sono e o Sonho - Vol. XV”
No tomo II do volume XV, agora publicado,
há um poema de um Quintobairrista.
segunda-feira, 11 de setembro de 2023
NATÁLIA CORREIA UM CENTENÁRIO DE DESASSOMBRO!
QUEIXA DAS ALMAS JOVENS CENSURADAS
Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola.
Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade.
Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prémio de ser assim
sem pecado e sem inocência.
Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato.
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro.
Penteiam-nos os crânios ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
connosco quando estamos sós.
Dão-nos um bolo que é a história
da nossa história sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo.
Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro.
Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco.
Dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco.
Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura.
Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante.
Dão-nos um nome e um jornal,
um avião e um violino.
Mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino.
Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte.
Por isso a nossa dimensão
não é a vida. Nem é a morte.
Natália Correia, Dimensão Encontrada, 1957
sábado, 9 de setembro de 2023
sexta-feira, 8 de setembro de 2023
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