As memórias, são eternas, mas as certezas nem sempre.
Se alguma coisa falhar, rogo que me corrijam.
Certo dia "aterrou", como costumo dizer, um belo "paraquedista" no meio da
nossa malta.
Tinha, como ainda hoje, uma certa pinta, muito calado mas
de uma delicadeza e trato inexcedível.
Foi depois do 25 de Abril, mesmo já em 1975.
Andava no segundo ano de Medicina ou até mais, presumo.
Para frequentar e acabar o curso, havia um entrave muito
grande - as aulas práticas para quem tinha um horário a cumprir.
Nós, quinto bairristas, temos alguns exemplos de alguns que
conseguiram uma licenciatura ao mesmo tempo que exerciam a profissão. Estou a
lembrar-me, por exemplo, do Júlio Carvalho e do Vítor Inácio que se
licenciaram-se em Direito, mas, as práticas deles, mais não eram que
"lamber" papel..
No caso do Assis não.
Ele tinha mesmo que ir ao laboratório e nos horários
estipulados.
Precisava, portanto, de ser dispensado, em certas horas,
para poder ir à Faculdade de Medicina.
As Chefias não autorizavam e ele estava de "pernas
cortadas".
Foi então convocada uma Reunião Geral de Trabalhadores para
decidir da situação.
Por votação de braço no ar, como era normal naquela época,
foi decidido, por unanimidade, que o Assis poderia ir às aulas práticas, com a
salvaguarda de nós compensarmos o tempo por ele perdido.
Depois, de concluído o curso de Medicina, especializou-se
em estomatologia em cuja especialidade é um dos mais respeitados.
Talvez a continuar
Escreve: MILITÃO CAMACHO
Foscas, ganda malta!
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