Há almoços e almoços! |
Como todos os dias
almoçávamos onde calhava, tascas, bodegas, casas de pasto, tabernas, restaurantes
de estrelas várias, baiúcas e... inovar era preciso e era o nosso forte, por isso,
um dia foi na Agência Funerária Lemos, na rua S.Sebastião da Pedreira, cujos
donos, meus amigos, eram o Zé de Almeida, conhecido pelo Zé Triste,
infelizmente já auto-utilizador dos serviços duma agência parecida e o
Rogério Gambito, natural de Tavira.
Alguns não lembram a ninguém! |
O
principal instigador para que o repasto lá se realizasse fui eu!!! Só podia!!!
Assumo!!!
Mas bebemos de uva e há quem lhe chame vinho!!!
Assim
da intenção à realidade foi apenas um passo de morte.
Eu, Afonso, André, Modesto, Pintão, Carvalho,
Camacho mas com tanto tempo já passado é possivel que mais algum
gato-pingado tenha ido ao velório.
Andariam à procura de... cadáveres destes? |
A
mesa foi um caixão!!! E a cada um sua mortalha.
Fez
a refeição que estava excelente, a Mavilde que ao tempo era funcionária da
empresa. Para cúmulo, a meio da deglutição, e não estou a "dourar a
pílula" nem a querer dar um toque tétrico, foi mesmo verdade... verdadeira,
faltou a...luz e tivemos que acender velas porque não havia tochas nem
archotes!
HUMMM! SÓ PODIA! |
O
local nada fúnebre era o armazém onde uma boa dúzia de "sobretudos de
madeira", também designados por tumbas, ataúdes, féretros, esquifes ou
urnas esperavam clientes.
No
final tive o grato prazer, mórbido talvez, de "vestir" um deles e não
fora a grande algazarra que se estabeleceu teria, por certo, passado pelas
brasas como bom alentejano que adora dormir uma boa sesta após qualquer
refeição!!!
UMA SONECA? |
A
criatividade naqueles anos 70/80 do século passado não era palavra vã e eu
então nunca deixei os meus créditos por tumbas alheias.
Por
mim teria lá voltado nem que fosse sexta-feira dia 13!!!
Escreve: Vítor
Saúde.
Não
fui a todos naturalmente mas naquele em que foste dormir para dentro de um
caixão fui. Julgo que na altura já estaria na Fontes Pereira de Melo para onde
eles transitaram com a reforma fiscal dos Bairros. Até posso dizer
que a ementa foi cabrito assado e tivemos que virar uns quantos caixões ao
contrário para servirem de mesa. Em anexo o cartão da Agência. Já é mais
moderno, embora já tenha mais de vinte anos, pois já tinham ido da Rua de
S. Sebastião para o Bairro Santos. Foram eles que fizeram os funerais do meu
Pai e Mãe. Abraço. Camacho
Nada me apraz dizer por agora porque o tempo com este calor não está para me embrulhar num sobretudo de tábuas e sobre...tudo por querer fazer aqui vir muitos e muitas das pessoas amigas do email e por isso não me posso estender demais uma vez que há pessoas muito impressionavéis e por muito bradino que eu possa ...ter sido hoje limito-me a dar bons conselhos por maus exemplos dei até ter recuado para os Algarves e aqui fia mais fino, ou melhor, mais, muito mais...fininho!!!
ResponderEliminarSe o Camacho diz que estava presente não sou eu que vou dizer o contrário acresce ainda dizer que passados todos estes anos não é de admirar algumas falhas mas o importante neste caso, não, não é a rosa, foi a Mavilde ter feito o almoço naquela sala ao lado onde os sobretudos aguardavam...o cumprimento da sua negra missão!!!
ResponderEliminarParece-me uma cronica ao estilo siciliano, no bom sentido, cheio de momentos hilariantes e grotescos com imaginação e muito bem descrita.
ResponderEliminarEstamos perante o melhor momento literario do Pezudo, que facilmente parceirava na cronica dos bons malandros.
A primavera está a dar-lhe inspiração.
Grande Vitor.
Estou a babar-me!!!É da idade!!!
EliminarO Camacho virou comissionista da arte funerária?E o cartão?Faz-me lembrar já não sei em que telenovela um tipo que andava sempre a dizer:Já lhe dei o meu cartão!!!
ResponderEliminarO cartão foi conjuntamente com a adenda. Não sei se a D. Constança e o Zé, que não o "Triste", ainda têm a Agência, pois há muito que por lá não passo. Calhando já foi absorvida pela Servilusa. Abraço. Camacho
EliminarAgora é do outro sócio o Rogério Gambito que foi sócio do Zé de Almeida.João Vitor
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