O ÚLTIMO CIGARRO. Há sempre uma história para contar. Esta vem a propósito do passamento do nosso Rui Vasco. Que descanse em paz. Um beijo grande à Alda, filhas e demais prole. Vamos aos factos. Em 1975, por esta altura, comecei a pensar deixar de fumar. Tinha chegado a fumar quatro e cinco maços por dia. Era hoje, era amanhã e a decisão tardava. Em fins de Novembro desse ano, após o Governo ter decidido aumentar o preço do tabaco, disse para mim próprio:- HOJE É O DIA. E foi. Andei sempre com um maço de SG gigante no bolso e um isqueiro Ronson para o que desse e viesse. Ao fim de uns quinze dias achei que a ressaca já não ia acontecer. Ilusão. Um belo dia deu-me aquela vontade de dar uma "passa" e já não tinha maço nem isqueiro comigo. Nesse tempo trabalhava numa secretária colada ao Branco que também fumava. Como ele não estava fui ver se ele tinha o maço de tabaco na secretária, mas não. Solução:- Ir à sala ao lado (Profissional, Prof. Livres), cravar quem lá estivesse. Resultado o cravado foi o Rui Vasco. Diálogo:- -Rui posso cravar-te um cigarro. -Tira os que quizeres. Disse-me ele atirando com o maço na minha direcção. Tirei um e pu-lo na boca, não o acendendo logo já que, naquele tempo, toda a gente tinha uma caixa de fósforos na gaveta da secretária para, com o calor do fósforo a arder secar a lixívia que servia para rectificar os erros que se iam dando. No caminho para a minha sala fui dizendo de mim para mim - "Se acenderes esse cigarro nunca mais paras..." Ao chegar ao meu local de trabalho, ao abrir a gaveta para tirar a caixa de fósforos, fiz o contrário - ATIREI O CIGARRO PARA DENTRO DA GAVETA e fechei-a. Esse cigarro acompanhou-me durante anos até que se desfez, mas ainda guardo o filtro. Esta é a minha homenagem ao Rui. O episódio tem mais de trinta e cinco anos, o tempo que eu já não fumo. Camacho
Recordar é viver, como diz o outro. Pena é que quase ninguém, para não dizer ninguem, queira contar aqui as histórias que viveu naquele PALÁCIO de boa gente; e se elas são tantas, mais escabrosas ou menos. Vamos a isso malta para que o blogue não esteja "moribundo". Camacho
REPOUSA EM PAZ, COMPANHEIRO!
ResponderEliminarMais um QUINTOBAIRRISTA se apagou.Quem se seguirá?Por lapso não surjo como devia mas anónimo nunca!!!João Vitor
ResponderEliminarO ÚLTIMO CIGARRO.
ResponderEliminarHá sempre uma história para contar. Esta vem a propósito do passamento do nosso Rui Vasco. Que descanse em paz. Um beijo grande à Alda, filhas e demais prole.
Vamos aos factos. Em 1975, por esta altura, comecei a pensar deixar de fumar. Tinha chegado a fumar quatro e cinco maços por dia. Era hoje, era amanhã e a decisão tardava.
Em fins de Novembro desse ano, após o Governo ter decidido aumentar o preço do tabaco, disse para mim próprio:- HOJE É O DIA.
E foi. Andei sempre com um maço de SG gigante no bolso e um isqueiro Ronson para o que desse e viesse.
Ao fim de uns quinze dias achei que a ressaca já não ia acontecer.
Ilusão.
Um belo dia deu-me aquela vontade de dar uma "passa" e já não tinha maço nem isqueiro comigo.
Nesse tempo trabalhava numa secretária colada ao Branco que também fumava. Como ele não estava fui ver se ele tinha o maço de tabaco na secretária, mas não.
Solução:- Ir à sala ao lado (Profissional, Prof. Livres), cravar quem lá estivesse.
Resultado o cravado foi o Rui Vasco.
Diálogo:-
-Rui posso cravar-te um cigarro.
-Tira os que quizeres. Disse-me ele atirando com o maço na minha direcção.
Tirei um e pu-lo na boca, não o acendendo logo já que, naquele tempo, toda a gente tinha uma caixa de fósforos na gaveta da secretária para, com o calor do fósforo a arder secar a lixívia que servia para rectificar os erros que se iam dando.
No caminho para a minha sala fui dizendo de mim para mim - "Se acenderes esse cigarro nunca mais paras..."
Ao chegar ao meu local de trabalho, ao abrir a gaveta para tirar a caixa de fósforos, fiz o contrário - ATIREI O CIGARRO PARA DENTRO DA GAVETA e fechei-a. Esse cigarro acompanhou-me durante anos até que se desfez, mas ainda guardo o filtro.
Esta é a minha homenagem ao Rui.
O episódio tem mais de trinta e cinco anos, o tempo que eu já não fumo.
Camacho
Bela recordação!!!João Vitor
EliminarRecordar é viver, como diz o outro. Pena é que quase ninguém, para não dizer ninguem, queira contar aqui as histórias que viveu naquele PALÁCIO de boa gente; e se elas são tantas, mais escabrosas ou menos. Vamos a isso malta para que o blogue não esteja "moribundo". Camacho
EliminarSomos sempre os mesmos!!!João Vitor
ResponderEliminarNever give up!!!
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