Figuras típicas do nosso tempo
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Também Solteirona... Mas não era esta! |
Saúde.
Hoje, dentro dos possíveis, pois o tempo que passou já começa
a pesar (o Alemão, como diz o Vítor, vai fazendo estragos), vou recordar uma
figura muito típica do nosso Quinto Bairro.
O nome só no fim.
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Seria esta mais uma das manias?... |
Era mulher e, ao que me lembro, solteirona.
Tinha algumas manias entre elas a de não escrever com canetas
de tinta vermelha.
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Números de sorte e de azar eram com ela! |
Outra era a de esperar o Vilela ou lá quem fosse, à porta da
Repartição, vindo do Banco de Portugal, com o dinheiro dos emolumentos ou
permilagem, para ser ela a primeira a receber para escolher as notas, pois não
queria as que terminassem em determinados números de série.
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O Camacho (Pai) era um brincalhão! |
O meu Pai, como se lembram, tinha o cabelo todo preto e ela
teimava em saber qual o segredo daquilo.
Moía-lhe a cabeça de manhã à noite até que um dia, o meu Pai,
já um pouco farto, lhe disse que o segredo estava numa poção que o meu Tio,
farmacêutico em Colos - Odemira, lhe tinha preparado através de uma madeixa que
lhe tinha enviado.
Dizia ela: - mas que maravilha nem na raiz do cabelo se nota
que é pintado.
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E se não fosse um "gentleman" trazia-lhe produto "made in rabiosque de galinha"! |
Pudera.
Em vez de remediar a situação o meu Pai ainda a piorou pois,
desde então, se calhar até hoje, se é que está entre nós, deverá estar à espera
que o meu Pai tenha a paciência de lhe desvendar a dita receita milagrosa.
Seu nome: Violeta.
“Vá Camacho”. “É Boi”, respondia o meu pai no seu
sorriso maroto.
Escreve: Camacho