segunda-feira, 24 de novembro de 2025

+ MOÇAMBIQUE - 1

 


Após o chá das cinco, depois de me ter despedido do Sr. Carvalho, com o convite de nos encontrarmos no dia seguinte de manhã, fui à descoberta de Lourenço Marques.








Lourenço Marques conquistou-me pela positiva, não fora certas coisas que me chocaram, como por exemplo nos autocarros primeiro entravam os brancos e depois os pretos, o trânsito ser pela esquerda, o que provocou muitos acidentes, um certo snobismo made in England, mas era, no entanto, uma cidade aberta. Avenidas largas, uma cidade moderna e cosmopolita, com infraestruturas quer a nível de ensino, industrial e comercial, com belos restaurantes, hotéis, casinos e bordéis.


Deambulando pela cidade fui dar ao Scala, uma cervejaria muito conhecida em frente ao Continental. Dum lado os adeptos do Benfica, do outro os do Sporting.

Aí fiquei a beber umas Laurentinas até à hora do jantar.


Fui jantar ao barco onde se comia muito bem. Numa próxima missiva vou contar o bem que se comia a bordo, pelo menos na messe dos oficiais.

Depois, bem depois, não vos conto nada que não possam imaginar!

Após mais de vinte dias enfiado num barco, descontando umas horas em que estivemos em Luanda, foi desopilar até dizer chega.


O destino, a Rua Araújo, com os seus bares de que me recordo do Pinguim e de dois outros que não me lembro dos nomes, só recordo que um tinha uma escada género do Comodoro e o outro tinha um bar à entrada, depois um pátio onde eram as casas de banho e um reservado que, quando se entrava, aquilo até causava uma alucinação, pois era tudo vermelho desde as paredes, até os sofás e as luzes. Depois, bem depois, não vale a pena contar, a não ser que quando se batia à porta, uma voz feminina dizia: - “Tem gente”.



Quando dei por mim eram altas horas da noite e já não podia ir dormir ao barco.





Sem ter para onde ir, que remédio, senão dormitar num banco dos muitos que haviam na parte central da Avenida 24 de Julho até de manhã.

O que valeu era que a temperatura era amena e não chovia.


A continuar.

 

 

 

 

 






Escreve: Militão Camacho

 

 

 

 

domingo, 23 de novembro de 2025

CONSTA QUE...

 ...HÁ POR AÍ UM NOVO CONVÍVIO "Q"...


... SERÁ NO COURENSE, NO DIA 12 DE DEZEMBRO, DIA DE POSSÍVEL GREVE!


OFICIALMENTE, O "DITADOR" JÁ DITOU, MAS...



...VAMOS AGUARDAR CONFIRMAÇÃO!



sexta-feira, 21 de novembro de 2025

MEMÓRIAS DE UM "Q" EM MOÇAMBIQUE!

 

E assim a viagem chegou a Lourenço Marques sem mais delongas…

Quem, como eu, teve a sorte de chegar a Lourenço Marques de barco, ficava maravilhado com o que via.

Aqueles jardins até à beira mar, muito tratados, ficou para sempre gravado na minha memória.



Ao chegar tive aquela parte gaga que já contei.

Vamos ao resto.


Estava à minha espera o Sr. Carvalho, muito amigo do meu pai, que foi meu cicerone, claro que durante o dia que, à note, era certo e sabido que ia dar à Rua Araújo (para quem não saiba, recomendo que vá ao google).


Estive três dia em Lourenço Marques.

Como estava de oficial de dia à minha Companhia só pude sair depois do toque de ordem, ao fim da manhã, depois do almoço.


O Sr. Carvalho levou-me ao chá das cinco. A sociedade moçambicana estava muito enraizada nos costumes ingleses, inclusive na circulação automóvel pela esquerda, pelo que não dispensava o dito chazinho.

Fui então levado para a Pastelaria Princesa.

Quando chegámos fui apresentado à sociedade, como sendo um oficial, filho dum grande amigo, que ia cumprir o serviço militar na província.



Primeiro choque. Uma das madames virou-se para mim e perguntou-me para onde ia. Eu respondi que só sabia que ia para Cabo Delgado, mas não sabia dizer o nome do local. Para meu espanto e só a muito custo é que não saiu um palavrão, a madame com enorme desfaçatez disse: - “Cabo Delgado? Não é lá em cima onde há a guerra?


Sem comentários.


A continuar.

 

 

 Escreve: CAMACHO

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

SEMPRE A ABRIR!


 Quando vim de férias da Guiné,  com outros três que comigo vieram, e só me lembro do nome do Damásio que era de Loriga do concelho de Seia e paraquedista, combinámos um encontro e fomos almoçar à Alga ou cervejaria Algo, perto do "Oh! Alfredo" e do Calhambeque, em frente de onde hoje existe o Dom Feijão!!!

Foi lindo porque a Cervejaria não fechava e trabalhava por turnos!!! Entrámos pelas 12 horas e só saímos às 16 horas do outro dia!!!


Giro, giro foi quando quem nos serviu ao almoço,  no outro dia ia começar a trabalhar e deram de caras connosco!

Foi um fartote de riso e nós com uma pedrada do caneco, para não lhe chamar uma granda bebedeira!!!

Naquele tempo tinhamos pedalada e os limites só existiam na imaginação dos outros!!! Sim, hoje bebericamos como os passarinhos e se há descuido, balanças por todos os lados, como barco pronto a naufragar!!!


Escreve: Vítor

terça-feira, 18 de novembro de 2025

TARZAN - ENFANT TERRIBLE!

 


Após ter sido recolhido no escaler e içado para o navio havia o que fazer com o Tarzan.

O Comandante das tropas embarcadas achou por bem prende-lo, para que, acima de tudo, não fizesse outra das dele. Não por que pudesse desertar que, do navio, só se fosse a nado para terra.







O Niassa tinha na proa duas construções em madeira que deveriam ter servido de balneários, pelo menos pelo facto de ter uns canos galvanizados que serviriam de chuveiro e que poderiam prestar-se para o efeito. Assim foi.

O Tarzan lá foi enfiado numa dessas construções.


Quando nos aproximámos do Cabo das Tormentas, que de Boa Esperança não tem nada, aquilo são ondas do tamanho do Sheraton pois, quando o navio estava na crista via-se o mar numa extensão enorme e quando estava no vale é ver água por todos os lados (aqui um parêntesis, tenho muito apreço e consideração pelo Bartolomeu Dias que o dobrou e por todos os que após ele o navegaram pois aquilo mete medo) o comandante quis libertá-lo.


Então fomos ter com ele dizendo-lhe que o Comandante queria libertá-lo, que se aprumasse, vestindo um uniforme limpo, que fizesse a barba, etc.

No dia em que o Coronel, ou lá o que era, foi visitá-lo, com um séquito em que eu também ia, ao abrir a porta da “prisão” estava o Tarzan pendurado pelos joelhos, num dos tubos, de cabeça para baixo, todo nu.

O Comandante ao ver aquilo ficou sem dizer palavra, deu meia volta e foi-se embora.

Ao falar com o Tarzan disse-lhe que ele era maluco, que o Comandante queria soltá-lo e não sei que mais.

Resposta dele:- “Se aquele gajo quiser falar comigo assim muito bem, se não p.q.p”.

Claro que ficou preso até que o Comandante o libertou ainda antes da chegada ao Cabo, pois se continuasse naquelas instalações era certo e sabido que a esta hora o amigo Tarzan não estava no mundo dos vivos, pois a amplitude das ondas era tal, que atravessavam o navio de ponta a ponta.






E assim a viagem chegou a Lourenço Marques sem mais delongas.





Escreve: Militão Camacho

domingo, 16 de novembro de 2025

COM AS CALÇAS NA MÃO!

 


Uma coisa de que me ufanava, é que raramente me deixava encostar à parede, fosse onde fosse, mas hoje com a idade que tenho, não o posso já afirmar, uma vez que, de manhã quando me levanto, ao vestir as calças se não o fizer caio no... chão! 



Onde havia de ser!?! 

E já aconteceu por duas vezes!!!


Escreve: Vítor